Ana Luz Flores, poetisa, produtora e executora do feirão de livros

O nascimento de uma mulher......

Boa noite! Disse assim uma dama. As pessoas que estavam perto dela abismara-se, mas mesmo assim responderam, boa noite, senhorita. O pulsar do seu coração quase estufou do epito para fora, e num folgar de respiração, parou e desejo-se ser ela mesma. Nem longe ou muito longe dali, ainda meio tonta, caminhava a acariciar seus cabelos ondulados, caminhando e sentindo sua feminilidade tão juvenil. A noite se passara rapidamente para aquela tão jovem senhora. Parou num boutiquim, desgostou um vinho e perguntou: _ Onde estou? Um jovem rapaz com a malícia peculiar de macho, disse: -Estás a meia hora do metró Santa Judite. Esta mulher respirou fundo, terminou seu aperitivo e caminhou rua a fora.... Os machos observavam só o seu caminhar sem puder nada fazer.

Feirão livros Uberaba

Nenhum sorriso - Ana Luz

Nenhum sorriso - Ana Luz Um sorriso amarelo se entorpece De nítida solidão monetária Sobe as escadas, ao elevador desce Diante de uma face imaginária Rola as calçadas nuas e devastas Com um vestido do decote ao porvir Enlaça aos dedos as fivelas pratas Corre ao ver alguém lhe descobrir Os passos se adiantam, é natal O presente na loja incrementada De simples abajur com um floral Enquanto à rua uma criança nua Nenhum presente, uma mão afagada Dorme silenciosamente na calçada sua.

PRECONCEITO Ana Luz Flores Sm (pre+conceito) 4 Social Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos. Ser diverso neste país é uma dura jornada na vida, andar e logo ser visto como uma pessoa abominável. Viver, trabalhar, divertir-se é uma tarefa que requer de nós transexuais uma verdadeira batalha no meio social em que vivemos. Em falar de diversão, narro agora, um fato que me ocorreu nesta cidade: Fui a uma festa numa determinada casa noturna de Uberaba, ao chegar, sempre bem arrumada de saia, salto, batom, etc., acompanhada, mesmo assim os olhares se deflagraram preconceituosamente sobre minha pessoa. Estava mesmo a fim de me divertir, dançar, namorar e ser feliz, não foi muito tempo, precisei ir ao toalete, ai veio à grande dúvida, onde deveria ir, ao masculino ou ao feminino. Para não querer provocar muitas polêmicas fui ao masculino, ao chegar, me deparei com os seguintes comentários: -O seu lugar não é aqui! -Você não é homem! Fiquei, constrangida, não dei conta, ai resolvi usar o toalete feminino, outra surpresa, o segurança do local (toalete), me impediu de usar o toalete F, usando as mais diversas palavras e degradantes que todas as pessoas podem imaginar. Como nós que pagamos impostos, somos seres que adoramos diversão podemos ir ao um lugar público e ser tratados como anômalos, sem ter o direito social de usufruir um local para as nossas necessidades vitais? Estamos em sociedade extremamente voltada para o dualismo, onde você é uma coisa ou outra, no caso homem ou mulher, sendo que o mundo é na sua essência diversificado. O preconceito é sobre tudo uma atitude desumana, igual a quem maltrata uma mulher, bate em uma criança, escraviza o negro, tem preconceito contra os nordestinos, e outras formas de exceção das pessoas humanas. “Segundo Albert Einstein:” Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”. Devemos entender que o preconceito de qualquer forma é uma atitude de atraso monumental de uma sociedade que se diz tão evoluída e que até vai às ruas para reivindicar direitos sociais. Ana Luiz Flores – Transexual – Formada em filosofia, poetisa, autores de diversos livros de poesia, promoter cultural. Ana Luz – 9155 3643 -

Criar e recriar

Criar, se recriar cosntantemente, enovar-se, verse-se no além do horizonte perdido da vida. Sair do casulo emprestado por medíocres e salvar-se nas ondas na sua ilusão. Crescer infinitamente na busca por ser feliz..... Cantar as belezas que a natureza nos dar. Ser gente sem prenconceitos e validades naturais de um mundo hipócrita.

paginacultural.com.br/agendaculturaldotriangulo/

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